REFLEXÃO DOMINICAL II
VOCAÇÃO
À SANTIDADE
Em nome da Trindade
Santa nos reunimos para celebrar, formamos comunidade, Igreja que caminha
juntos, na escuta da Palavra e na partilha do pão, construindo o Reino de Deus.
Nossa grande vocação é o chamado à santidade, ser perfeitos como nosso Pai do
céu é perfeito. A santidade é uma relação profunda de amor entre Deus, que nos
ama, e nós, que retribuímos a este amor, com amor, um verdadeiro ato de fé.
Somos, então, chamados a amar a todos, à semelhança do Pai. A primeira leitura
(Lv 19,1-2.17- 18) nos mostra de que forma podemos nos relacionar com Deus, ou
seja, como ser santo como Deus é santo: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso
Deus, sou santo”. E o texto diz em que consiste esta santidade: uma atitude
responsável em relação ao próximo, que tem por pressuposto a libertação do
coração do ódio e da vingança, que se reverte no amor ao próximo, em fazer
sempre o bem e evitar o mal. De fato, “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. O
texto do santo Evangelho (Mt 5,38-48) prossegue o discurso das bem-aventuranças
(Mt 5, 1-11), pois somos chamados a buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e
a sua justiça. Para acabar com toda violência se deve superar a prática da
retribuição do mal pelo mal, pois a violência gera mais violência. A
“estratégia” evangélica, da nova Lei, é retribuir o mal com o bem, desarmar o
violento com a força do amor. De fato, aos pobres em espírito e aos perseguidos
por causa da justiça o Senhor confiou o seu Reino. E no Reino de Deus a lei
suprema é o amor, e até o amor aos inimigos. Para acabar com este círculo
vicioso de inimizade e ódio Jesus apresenta o modo perfeito de ser seu
discípulo, o amor aos inimigos e oração por eles. Este é o modo de ser de Deus,
que deve ser o nosso também: “Sede, portanto, perfeitos, como o vosso Pai
celeste é perfeito”. A segunda leitura (1 Cor 3,16-23) nos lembra que a
comunidade é o lugar onde se encontra Deus e se presta culto a ele: “Acaso não
sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” Os
conflitos comunitários são resolvidos com o discernimento espiritual. Os
evangelizadores pertencem à comunidade e estão a serviço dela, porque “vós sois
de Cristo e Cristo é de Deus”. Nossa fundamental vocação é a santidade. À luz
da Palavra de Deus que hoje alimenta nossa vida cristã, é importante recordar o
que nos diz o Papa Francisco, na Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate –
sobre o chamado à santidade no mundo atual. “Todos somos chamados a ser santos,
vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia,
onde cada m se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo
com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu
marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê
santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho a serviço dos
irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças
a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem
comum e renunciando aos teus interesses pessoais” (n. 14). Eis aqui algumas
nelas indicações concretas, e assim sermos santos e perfeitos como nosso Pai do
céu é perfeito.
Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo Auxiliar de São Paulo.
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano_47a-17-7-domingo-do-tempo-comum.pdf
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