quinta-feira, 22 de setembro de 2022

A Ordem dos Mercedários na Igreja

 

A Ordem dos Mercedários na Igreja

A história da Ordem dos Mercedários na Igreja começa com uma atitude de renúncia de um jovem que recebeu uma valorosa herança, cujo dinheiro usou unicamente em benefício do próximo. 

Estamos falando de São Pedro Nolasco. Vamos conhecer sua história e a fundação da Ordem dos Mercedário na Igreja, cujos membros são conhecidos como freis ou frades mercedários.

Uma história de guerra e escravidão

Para compreendermos melhor como foi que tudo começou, precisamos voltar no tempo e olharmos para a realidade vivida por São Pedro Nolasco.

O jovem Pedro viveu em um tempo em que a Europa medieval vivia em guerras constantes, devido à expansão da cultura muçulmana que pretendia dominar o mundo. 

Os cristãos precisavam lutar para defender sua fé, já que os árabes haviam tomado o Norte da África, grande parte da Espanha, o sul da França e a Sicília – região da Itália. 

Além disso, os árabes sarracenos roubavam dos cristãos os alimentos, os animais, os metais preciosos e o dinheiro. E o mais absurdo: capturavam e prendiam mulheres, crianças e homens. Estes eram vendidos como escravos por um bom preço ou então eram usados como moeda de troca em transações comerciais.

Ao longo de mais de 600 anos, conflitos armados fizeram numerosos prisioneiros cristãos.

Ao mesmo tempo, nestes tempos, surgiram muitos hospitais fundados por Ordens Monásticas, além de centenas de instituições de caridade, que foram estabelecidas por confrarias da Igreja ou por fiéis leigos. O objetivo era sempre ajudar os cristãos cativos a se libertarem dos mulçumanos.

Um desses leigos que fez a diferença nesta dura e infeliz realidade foi o jovem São Pedro Nolasco. 

Desde pequeno, São Pedro Nolasco foi caridoso

São Pedro Nolasco nasceu entre 1180 e 1882, em uma família de posses da França. Foi uma criança feliz, mas que amava o silêncio, o recolhimento e a oração. 

Outra característica marcante que surgiu na sua infância, e que o acompanhou por toda a vida, foi a prática constante da caridade. 

Dessa maneira, o pequeno Pedro Nolasco costumava ajudar com um prato de comida a todos que batiam à porta do castelo onde morava. E não foram poucas as vezes em que tirou o casaco do próprio corpo para entregar a uma criança que sofria com o frio por estar mal agasalhada, nas ruas. 

Antes de tudo, para ele, o mais importante era socorrer o próximo, sem se importar consigo mesmo. E quando ele não tinha com o que ajudar, chorava de tristeza.

Na juventude, São Pedro Nolasco mudou-se com a família para a Espanha. Logo começou a acompanhar o pai na tarefa de vender mercadorias pelas cidades litorâneas. Foi então que ele se deparou com uma triste realidade que não apenas causou-lhe espanto, mas que mudou para sempre a sua vida.

Inúmeras vezes ele pôde testemunhar os maus tratos dos cristãos cativos que eram escravizados, negociados como mercadoria, ou mantidos como reféns dos muçulmanos. Pedro Nolasco desejou ardentemente poder ajudar esses irmãos na fé. 

Uma herança de redenção

Porém, logo o jovem Nolasco perdeu seus pais e recebeu uma rica herança. Apesar da prática da caridade ser constante em sua vida, ele estava acostumado ao conforto do lar e a ter tudo o que sempre precisou. 

Mas isso não o impediu de tomar uma atitude radical. Aqueles que o conheciam, certamente não se surpreenderam, porém para o mundo o que ele fez facilmente pode ser considerado como loucura. 

Afinal, qual foi a atitude desse jovem? Pedro Nolasco, em 1203, com apenas 20 anos, começou a usar o dinheiro da sua herança para a redenção dos cativos. E para isso usou até as suas últimas moedas para comprar a libertação dos cristãos. Ele cuidava também para que esses cristãos não perdessem a fé. 

Por meio da caridade que realizou, Pedro Nolasco queria configurar-se ao próprio Cristo. Visitou os cativos como Jesus visita, quis libertá-los como Jesus liberta.

Contudo, mesmo depois de 15 anos se dedicando a esse trabalho, Nolasco notou que o número de cristãos que eram feitos escravos só aumentava, dia após dia. 

Mas, talvez o que ele não soubesse, é que foram esses 15 anos que permitiram a São Pedro Nolasco ser preparado por Deus para algo grandioso: fundar e cuidar de uma frondosa obra na Igreja, a Ordem dos Mercedários.

 

 

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