sábado, 10 de setembro de 2022

REFLEXÃO DOMINICAL II DEUS PERDOA A QUEM SE ARREPENDE E QUER MUDAR DE VIDA

 

 

REFLEXÃO DOMINICAL II

DEUS PERDOA A QUEM SE ARREPENDE E QUER MUDAR DE VIDA

- Jesus exerce uma incrível força de atrair multidões para si. Porém, o seu ensinamento não agrada a todos. Hoje a liturgia da Palavra nos mostra um Deus misericordioso que ama além dos limites humanos. Porque ama, ele perdoa a quem se arrepende e quer mudar de vida.

- Na primeira leitura vimos que, depois de confeccionar uma estátua de ouro e prestado culto diante dela, o povo encontra-se frente à ira de Deus, que fala a Moisés. Deus pensa em conceder a Moisés a possibilidade de constituir uma grande nação, sem o povo idólatra. Moisés, então, intercede usando três argumentos diante de Deus para conseguir o perdão ao povo: 1) Lembra a história da libertação do povo da escravidão, que não pode terminar em um massacre geral; 2) Alerta para as consequências desastrosas que a morte do povo provocaria: que Deus é este que liberta para matar? 3) A promessa feita a Abraão, Isaac e Jacó deve ser cumprida. De certa forma Moisés ajuda o próprio Deus a exercitar sua misericórdia com um povo ainda em processo de formação. A eficácia de sua intercessão está na solidariedade que manifesta ao seu povo, apesar do pecado gravíssimo de idolatria.

- A segunda leitura tem ligação direta com o Evangelho: Jesus veio para salvar os pecadores. Paulo deixou de ser pecador unicamente por graça de Deus e não por merecimento. Ele não pede que admiremos nele seu comportamento e virtudes, mas a misericórdia de Deus manifestada nele.

- As parábolas narradas no Evangelho têm como principais destinatários os fariseus e os escribas, que não admitiam que publicanos e pecadores se aproximassem de Jesus para escutá-lo. Pior ainda era o fato de Jesus acolhê-los e até comer com eles. Nesse contexto, Jesus conta as três parábolas. A primeira fala da ovelha perdida. Noventa e nove são deixadas no deserto para que o dono procure a perdida, até achá-la. Quando a encontra alegra-se muito por isso. A segunda parábola fala da mulher que perdeu uma de suas dez moedas de prata. Procura-a até encontrá-la e é grande sua alegria por tê-la recuperado. Ambas terminam dizendo que será grande a alegria de Deus pelo pecador que se converte, maior até do que a alegria pelos justos que não precisam de conversão.

 - Jesus não quer dizer que Deus ama mais o pecador que o justo. Mas que o pecador também é amado e procurado por Deus. Entendiam os escribas e fariseus que os pecadores eram alvo da ira e da maldição de Deus. Jesus vem anunciar que Deus não os odeia, mas os ama e os perdoa! Nos dois casos, o dono procura o que está perdido. Assim, Deus vem ao nosso encontro, antes de nós nos dirigirmos a ele. Se a alegria humana por reencontrar um bem é tão grande, imagina a de Deus por ter um filho seu de volta!

- A terceira parábola contém os mesmos elementos das duas anteriores, mas vai além: mostra o abismo que há entre a gratuidade do amor divino, representada na figura do Pai Misericordioso, e a mesquinhez do amor humano representada na figura do filho mais velho, que não aceita que o pai acolha de volta o irmão pecador. Podemos ver nele os escribas e fariseus que não aceitam os pecadores ao redor do mesmo Jesus que eles acompanham. Eles consideram o perdão ao pecador injustiça contra o considerado justo.

- Nas parábolas Jesus revela a natureza de Deus como a de um pai que nunca se dá por vencido, enquanto não tiver dissolvido o pecado e superada a recusa com a compaixão. Nestas parábolas, Deus é apresentado, sobretudo quando perdoa. Nelas, encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão.

- A liturgia da Palavra deste domingo parte do pecado humano para manifestar a misericórdia divina, que tem sua expressão máxima em Jesus. Afastar-se de Deus e converter-se às criaturas é o grande pecado. Assim fez o povo no deserto: trocou o Deus libertador pela estátua de um animal, feita por mãos humanas. Paulo diz que seu pecado era blasfemar, perseguir e agir com violência. O pecado do filho mais novo, no Evangelho, é afastar-se do pai e gastar seus bens com o intuito de alcançar uma falsa felicidade, caindo no vazio, distante do pai e sem dignidade. Quando pecamos, esvaziamos a dignidade de nossa vida, pois nos separamos de Deus, realização plena da vida humana. Quando nos arrependemos e queremos voltar, Deus vem ao nosso encontro com o seu perdão, se alegra com nosso retorno, cobre-nos de beijos. O filho mais velho parece tocar numa estrutura profunda de todos nós: normalmente achamos que os maus, os pecadores e os errados são os outros e pensamos que estamos certos, somos justos e bons. Cuidado! Podemos estar nos excluindo da festa do perdão.

 - Jesus não era aceito por muitos, pelo fato de amar incondicionalmente. Nós temos muita facilidade em limitar o amor, a acolhida, o perdão. Nunca podemos perder a coerência com as exigências cristãs, mas também não cabe julgar-nos melhores que ninguém. Este é um dia propício para apresentar a salvação cristã como um encontro alegre com Deus. Longe de Deus não pode haver alegria, porque longe dele estamos longe de nós mesmos. Deus oferece a salvação. Se a aceitarmos, sua alegria será imensa e a nossa realização será plena.

http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/07/11_09_22.pdf

 

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