sábado, 10 de setembro de 2022

REFLEXÃO DOMINICAL I DEUS É BOM

 

REFLEXÃO DOMINICAL I

DEUS É BOM

Quando o povo eleito se desvia do caminho, Deus chama Moisés e diz que essa gente vai ser castigada porque abandonou o Deus libertador e passou a adorar um bezerro de metal fundido, tornando-se “um povo de cabeça dura”. Moisés, por sua vez, relembra os grandes feitos do passado e a promessa feita a Abraão, Isaac e Israel. E Deus desiste da proposta de destruição. Moisés teve a oportunidade de se dar bem sozinho, deixando perecer os que es- tavam sob a sua responsabilidade. No entanto, não deixou levar pela ambição de chegar primeiro, de ganhar sozinho, deixando o povo no meio do caminho. Não traiu seus companheiros. Escrevendo a Timóteo, Paulo agradece a Cristo Jesus por ter confia- do nele, que antes de conhecê-lo vivia a blasfemar, insultar e per- seguir seus seguidores. Tinha um vazio dentro de si e descarregava suas revoltas machucando e ferindo as pessoas, mas acabou encontrando misericórdia em Jesus que o fez modelo para todos. O evangelista Lucas conta a parábola dos perdidos: a ovelha, a moeda e o filho. O pastor, como um pai, vai em busca da ovelha que se perdeu e, encontrando-a, co- loca-a nos ombros e faz festa com amigos e vizinhos. Para encontrar a moeda perdida a mulher acende a luz, varre a casa, revira tudo. Assim que a encontra convida vizinhas e amigas e faz uma bela festa. O filho mais novo gasta a herança, o que de melhor o pai tinha conquistado, mas acaba ficando na miséria, nem a comida dada aos porcos lhe era possível comer. Quando retorna a casa, o pai o acolhe com beijos, abraços, roupa nova, e um convite especial aos empregados para fazerem um grande banquete e muita festa. Deus, como um pastor, como uma mãe, como um pai, é o protagonista de tudo. E quando tudo é transformado para melhor celebra com uma bela festa. Tem o filho mais velho, o que motivou Jesus a escrever esta parábola. Ele está na casa, trabalha com o pai, mas é um cumpridor de normas que tem ciúmes do irmão mais novo que foi acolhido com festa depois de tantos erros co- metidos na vida. É uma referência aos escribas e fariseus que, com azedume e mau humor, criticam Jesus por receber e tomar refeições com pecadores e publicanos. O que está em casa, o filho mais velho, o que se acha “pessoa de bem”, não aceita que o pai seja bom com o irmão e cobra pelo cabrito que não recebeu para uma festinha com os amigos. Podemos nos perder nos desertos como a ovelha, dentro de casa como a moeda ou no chiqueiro como o filho mais novo. No entanto, parece mais grave a atitude do filho mais velho, que reivindica um cabrito para festejar com amigos; são as pessoas que se fazem religiosas, próximas de Deus, mas que não se cansam de buscar, inclusive por meios ilícitos, aumentar o rebanho de cabritos e de bezerros de ouro em nome de Deus. Como uma ovelha desgarrada, necessitamos dos ombros do Pai pastor; como moeda perdida, precisamos ser varridos de nossa imundície; como filho que buscou comida no chiqueiro, precisamos do abraço do pai e do acolhimento do irmão. Cuidemos para não nos corrompermos por cabritos e bezerros de ouro. Que a Mãe das dores, refúgio dos pecadores, na festa de Santa Cruz, faça brotar em nós a confiança que acendeu no coração do filho pródigo: “Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: meu pai, pequei”. Que possamos dar essa alegria a Deus.

Dom José Benedito Cardoso Bispo Auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46-c-52-24-domingo-do-tempo-comum.pdf

 


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