APOLOGIA
RESPONDENDO OBJEÇÕES SOBRE A UNIDADE DA IGREJA CATÓLICA
ROMANA
Os
católicos sempre se orgulharam da unidade da Igreja Católica na profissão de
sua fé. De fato, a unidade é uma nota da verdadeira Igreja de Cristo. Os
católicos sempre demonstraram que só a Igreja Católica Romana cumpre tal
requisito, não existindo entre as demais vertentes do cristianismo a referida
unidade. No entanto, certos protestantes apresentam algumas objeções tanto em
relação à afirmação de que a Igreja de Cristo deve brilhar na unidade da fé,
quanto à alegação de que a Igreja Católica romana é una na fé. Vamos abordar
essas objeções nesse artigo. Antes de tudo, é bom estudarmos a definição da
referida Marca da Igreja de Cristo e apresentarmos as provas.
Os
teólogos explicam que a Igreja de Cristo há de ser una quanto ao governo, culto
e fé. No artigo presente vamos estudar apenas o aspecto da unidade da
fé.
A
unidade da fé, por sua vez, possui dois aspectos. Ela consiste na unidade
material e formal. A unidade de fé material quer dizer que todos os católicos
difundidos no mundo acreditam e professam (externamente) os mesmos dogmas, ao
menos de maneira implícita[1]. A unidade formal quer dizer que todos os
católicos estão dispostos a aceitar as verdades que forem definidas pelo
Magistério eclesiástico. Nesse artigo trataremos mais do ponto de vista da
unidade de fé material. Há unidade de fé, porque a pregação sempre é constante,
porque todos professam os mesmos dogmas, porque há uma só regra visível, o
magistério eclesiástico, que todos reconhecem.
Fundamento bíblico.
Essa
unidade material da fé é um postulado da própria natureza da Igreja de Cristo.
Ora, a Igreja é uma sociedade de crentes que possui a verdadeira e integral fé
em Cristo. Jesus Cristo disse: “Ide, pois, e ensinai a todas as
nações... ensinai-as a observar tudo o que
vos prescrevi” (Mat, 28 20). Se os apóstolos e os seus sucessores receberam a
incumbência de ensinar TUDO o que Jesus prescreveu, não é razoável pensar que a
divisão na fé (ainda que em pontos ditos não fundamentais) seja lícita, a menos
que tal mandamento de Cristo seja vão ou não cumprido pela Igreja, o que é
absurdo imaginar.
Jesus
também ao Pai o que adiante segue: “Santificai-os na verdade... e por eles me
santifico a mim mesmo, para que sejam também eles santificados na
verdade”(Jo 17,19). Mas se a Igreja de Cristo não é una na fé foi em
vão esta oração, o que é uma tolice imaginar.
São
Paulo disse “Há um só corpo e um só Espírito... um só Senhor, uma só fé, um só
batismo” (Ef 4, 4-5). Tais versos não são conciliáveis com uma visão de um
corpo com diversas crenças contraditórias.
No
mesmo capítulo, São Paulo falando sobre a hierarquia da Igreja e suas funções,
comenta: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros
para evangelistas, e outros para pastores e doutores... para edificação do
corpo de Cristo... até que todos cheguemos (isto é, todos os fiéis da história)
à unidade da fé... para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em
roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia
enganam fraudulosamente”. (Efésios 4, 11-14). São Paulo demonstra, assim, que é
pela vontade de Cristo que deve ser preservada a unidade de fé na Igreja, e a
conservação dessa unidade se dá por meio do ministério perpétuo, instituído por
Cristo, dos pastores e doutores.
Em
Atos 2, 42, lemos que os fiéis perseveravam na doutrina dos apóstolos,
portanto, a sua unidade de fé da Igreja primitiva é manifesta.
Em
Gálatas 1, 8, sq, lemos que São Paulo profere a pena de anátema (excomunhão)
aquele apresentar outro Evangelho do que foi apresentado pelos apóstolos. Ora,
se quem ensina algo diferente do que foi ensinado pelos apóstolos sobre o
Evangelho está fora da Igreja de Cristo por óbvio esta Igreja há de ser una na
fé.
Fundamento patrístico.
Os
Padres da Igreja são claros sobre essa Marca da Igreja de Cristo, sem
necessitar de comentário adicional nosso.
O
testemunho de Santo Irineu é explícito sobre essa unidade da fé: “Tendo,
portanto, recebido esta pregação e esta fé, como dissemos acima, a
Igreja, mesmo espalhada por todo o mundo, as guarda com cuidado, como se
morasse numa só casa, e crê do mesmo modo, como se possuísse uma só alma e um
só coração; unanimemente as prega, ensina e
entrega, como se possuísse uma só boca.
Assim, embora pelo mundo sejam diferentes
as línguas, o conteúdo da tradição é
um só e idêntico. As Igrejas fundadas na Germânia não crêem e não
ensinam de modo diferente, nem as da Ibéria, nem as dos celtas, nem as do
Oriente, nem as do Egito, nem as da Líbia, nem as estabelecidas no centro do
mundo”. (Contra Heresias, L. 1, cap. 10)
Tertuliano
diz: “Da mesma forma, fundaram igrejas em todas as cidades, das quais todas as
outras igrejas, uma após a outra, derivaram a tradição da fé e as sementes da
doutrina, e todos os dias as derivam, para que se tornem igrejas. De fato, é
apenas por essa razão que elas poderão se considerar apostólicas, como filhas
de igrejas apostólicas... Portanto, as igrejas, embora sejam tantas e tão
grandes, compreendem apenas a única igreja primitiva (fundada) pelos apóstolos,
da qual todas (brotam)”. (Sobre a prescrição dos hereges, 21)
São
Cipriano também comenta: “Deus é um, Cristo é um, uma é a sua Igreja, uma a fé
e o povo (cristão) é também um, aglutinado pela concórdia como na compacta
unidade de um corpo. Esta unidade não pode ser quebrada. Um corpo não pode ser
dividido, desarticulando as suas junturas. Não pode ser reduzido a pedaços,
dilacerando e arranhando as suas vísceras. Tudo o que se separa do centro vital
não pode continuar a viver ou a respirar porque fica privado do alimento
indispensável à vida”. (Da unidade da Igreja, 23)
São
João Crisóstomo comentando a carta aos Efésios diz: Cuida de não te arruinares,
invejando um outro. Deus te honrou e
existia para isso, o profeta para
profetizar e persuadir, o evangelista para
evangelizar, e o pastor e o doutor.
A todos se confiara uma só incumbência. Não me
fales de diferença de carismas; todos tinham uma só obra. De fato, se é
idêntico o que acreditamos, há unidade” (Homilia 11).
Santo
Agostinho diz: “Parece-te que disse algo muito agudo quando interpretas que o
nome de Católica não significa uma comunhão universal, mas a observância de
todos os divinos preceitos e de todos os sacramentos. Embora a Igreja chama-se
Católica porque retém toda a verdade, enquanto que as diversas heresias retém
uma só parte dessa verdade, quem te disse que nos apoiamos nesse nome de
Católica para demonstrar que a Igreja está estendida por todas as nações, e não
na promessa de Deus e nos manifestos oráculos da própria Verdade?”( (Carta
93, 23, 25). "Nada imundo ou perverso é fixado
para ser contemplado ou imitado em igrejas cristãs, mas os preceitos do Deus
verdadeiro são recomendados, seus milagres narrados, seus dons louvados ou seus
benefícios implorados(...) A verdade não foi considerada contraditória com a
razão" (A Cidade de Deus).
Objeção 1: Paulo relata diversas divisões na
comunidade de Corinto (cf. 1 Cor 10 e 11), portanto, a igreja primitiva não era
una na fé.
Resposta: Tratava-se de uma igreja nova à época,
sem nenhuma direção de bispo, que estava com erros morais, rixas,
partidarismos, pecados, escândalos e confusões relativos ao culto. Nada de
erros em relação aos dogmas. Outra, São Paulo não está feliz com a divisão em
Corinto, ele lamenta e ameaça de anátema se isso continuasse (cf. 2ª Coríntios
XII-20 e 21; XIII-1 e 2 e 2ª Coríntios XIII-10). E também diz: “Rogo-vos, pelo
nome de Nosso Senhor Jesus Cristo que todos DIGAIS UMA MESMA COISA, e que não
haja entre vós cismas; antes sejais perfeitos em um mesmo sentimento e EM UM
MESMO PARECER” (1ª Coríntios I-10) Ou seja, o exemplo da igreja de Corinto só
demonstra que a autoridade da Igreja não admitiu nunca divisões de opiniões no
que se refere aos dogmas.
Objeção 2: A narrativa de Atos
revela que houve divergência entre os cristãos sobre se os gentios deveriam
observar os costumes judaicos, quanto à circuncisão e alimentação, logo a
Igreja primitiva não era uma na fé.
Resposta: A divergência
entre os cristãos se deu antes da definição do Concílio de Jerusalém, após o
decidido todos concordaram com o parecer dos apóstolos. Como temos
explicado, a unidade material da fé requer a concordância sobre dogmas
definidos pela Igreja, não sobre pontos ainda controvertidos entre os fiéis.
Objeção 3: Orígenes relata que a Igreja era
dividida em facções (cf. Contra Celso 3), detendo cada uma delas opiniões
diversas, assim como, as escolas filosóficas antigamente, portanto, para este
Padre da Igreja a igreja não era una na fé.
Resposta: Orígenes não diz que a Igreja era
dividida em opiniões e facções, mas que os cristãos, como um gênero, eram
divididos em facções e opiniões. Nesse gênero, inclui cristãos heréticos e
cismáticos. Orígenes respondia a um pagão que alegava que os cristãos se
dividiam em seitas, uma após outra... Assim, a intenção de Orígenes era
demonstrar que essas divisões no cristianismo lato sensu não comprovavam a
falsidade da doutrina de Cristo. Como prova de divisão no começo do
cristianismo Orígenes cita o caso de Himeneu e Fileto e seus seguidores que
negavam a ressurreição futura. Ora, Himeneu, Fileto e seus seguidores são
considerados como desviados da verdade, que perverteram a fé de muitos (cf. 2
Timóteo 2.16-18). Portanto, não faziam parte da Igreja de Cristo. A propósito
em todo o texto Orígenes chama as facções de “heresias” (“Em resposta a isso, dizemos que heresias de diferentes
tipos...”; “surgiram heresias, que receberam seus nomes daqueles indivíduos que
admiravam”). No livro 5, falará abertamente de heréticos (Valentianianos,
ebionitas, etc) que “existem entre nós”, concedendo a premissa de Celso sobre a
divisão do cristianismo, concluindo ao final “o que isso serve como acusação
contra aqueles que pertencem à Igreja e a quem Celso denominou "os da
multidão?”.
Objeção 4: Santo Irineu relata que houve divisão
entre os cristãos na questão da comemoração da festa da Páscoa e forma de
guardar o jejum, logo a Igreja antiga não era una.
Resposta: Essa divisão trata de questões de
costumes e disciplina e não dogmas de fé. O próprio Santo Irineu diz: “o
desacordo quanto ao jejum confirma o acordo quanto à fé." (citado por
Eusébio em História Eclesiástica, L. V, XXIV, 13).
Objeção 5: Houve séria divergência entre cristãos
sobre a questão de rebatizar os heréticos, inclusive o próprio Cipriano
defendia tal posição contra Estevão, logo a Igreja antiga não era una na fé.
Resposta: Papa Estevão não definiu como verdade
de fé que não é preciso rebatizar os hereges, embora mandasse não torná-los a
batizar. Portanto, não houve divisão sobre dogmas de fé. É claro que São
Cipriano errou, mas morreu como mártir, “de modo que qualquer nuvem que tinham
obscurecido o brilho de sua mente foi expulsa pelo sol brilhante de seu sangue
glorioso”. (Santo Agostinho, De bapt I, xviii, 28). Além disso, sobre a
utilização dos donatistas da autoridade de Cipriano com relação ao rebatismo de
hereges, Santo Agostinho explica que este teria mudado de posição se um
concílio da Igreja universal tivesse decidido a questão: “Portanto, considerem
os donatistas o que está patente a todos: se deve seguir-se a autoridade de
Cipriano, mais deve se seguir em conservar a unidade do que em mudar o costume
da Igreja. Se se deve prestar atenção a seu concílio, a este se deverá
antepor-se um concílio posterior da Igreja universal, da qual se considerava
membro fiel, e admoestava frequentemente para que todos lhe imitem na
conservação da unidade do corpo”. (Tratado sobre o batismo, L 2, 14)
Objeção 6: A unidade da Igreja de Cristo diz
respeito apenas aos pontos “fundamentais” e não aos “não fundamentos”, em que
as comunidades podem divergir. Logo, as igrejas evangélicas possuem unidade na
fé, pois concordam sobre a divindade de Cristo, Trindade, salvação pela fé,
etc.
Resposta: Essa distinção de pontos de fé
fundamentais e não fundamentais, criada por Calvino, não encontra amparo nas
Sagradas Escrituras nem nos Padres da Igreja. Simão o Mago foi considerado
apartado da Igreja de Cristo, mas seu crime (ao menos no que consta nas
Escrituras) era tentar comprar o poder de conceder o Espírito Santo, conforme
Atos 8. A simonia não parece contrariar algum dogma central da revelação. Não é
comparável a negação da Trindade, por exemplo. Santo Agostinho disse que
Tertuliano foi considerado herege por condenar as segundas núpcias, isto
certamente não é um dogma central (cf. As Heresias, 86). E é evidente que para
Santo Agostinho os hereges não fazem parte da Igreja (cf. De Fide et Symbolo ,
cap. 10 e Tract. 3, in epistolam Ioannis:
"Todos os hereges, todos os cismáticos, saíram de nós, isto é, eles saíram
da Igreja").
A prática dos Padres da Igreja sempre
foi considerar como herege e apartado da Igreja, mesmo aqueles que não negavam
dogmas fundamentais:
“Nada poderia ser mais perigoso do que esses
hereges que, conservando em tudo o mais a integridade da doutrina, por uma só
palavra, como que por uma gota de veneno, corrompem a pureza e a simplicidade
da fé que recebemos da tradição dominical, e depois apostólica” (Auctor
Tractatus de Fide Orthodoxa contra Arianos)
Santo Agostinho diz que heresias podem
desenvolver-se, e que, se alguém aderir a uma só delas, por isso mesmo se separa
da unidade católica. Diz ele: “Do fato de alguém não crer esses erros (a saber,
as heresias que ele acaba de enumerar), não se segue deva crer-se e dizer-se
cristão católico. Porque pode haver, podem surgir outras heresias que não
estejam mencionadas nesta obra, e todo aquele que abraçasse uma delas deixaria
de ser cristão católico” (De Haeresibus, n. 88).
E, apesar da formalidade da teoria de
Calvino, os evangélicos vivem se acusando de heresias por discordarem entre si
sobre existência do inferno, imortalidade da alma, predestinação, ministério de
mulheres, etc, o que demonstra que nem mesmo eles crêem, na prática, na divisão
proposta por Calvino.
Objeção 7: Houve grande
controvérsia entre os católicos com relação a doutrina da Imaculada conceição,
infalibilidade papal, superioridade do Papa sobre o concílio, etc.
Resposta: As
controvérsias podem existir antes da definição da Igreja, não após a definição[2]. Sto. Agostinho se
refere a controvérsias de teólogos em seu tempo (cf. Contra Juliano, livro
1). Depois que um Concílio ecumênico ou um
papa define um ponto de fé até então controvertido, os católicos conformam o
seu entendimento ao que foi ensinado pela Igreja numa infalibilidade passiva.
Antes da definição, os católicos crêem nos mesmos dados revelados ao menos de
maneira implícita, seja porque tal verdade está contida em outro dogma, seja
porque todos estão dispostos a ceder em caso de definição dogmática. Nesse
sentido, o Padre Garrigou-Lagrange explica: "Enquanto a outros dogmas,
como a infalibilidade do Papa ou a Imaculada Conceição, que não eram objeto de
fé explícita desde os primeiros tempos, houve trânsito não de confuso ao
distinto, mas do obscuro ao distinto. A infalibilidade do Papa estava contida
obscuramente no dogma da infalibilidade da Igreja e no do primado dos
sucessores de São Pedro. Igualmente a Imaculada Conceição estava contida na
plenitude da graça atribuída pelo arcanjo Gabriel a Maria. (...) Do mesmo modo,
como disse Leibnitz (Nouv, Ess., I. II, c. 29), o vulgar tem um conhecimento
obscuro das diversas espécies de plantas, o jardineiro tem um conhecimento
claro das mesmas, o botânico um conhecimento distinto." (Pe. Réginald Garrigou-Lagrange,
O Sentido Comum - A Filosofia do Ser e as Fórmulas Dogmáticas, Buenos
Aires, 1944, p. 251, nota 1).
[1] "a) Unitas
fidei in eo consistit, ut fideles per orbem diffusi saltem implicite credant ac
profiteantur omnes et easdem veritates, quas Ecclesia credendas proponit. Haec
itaque unitas duo complecitur: consensum omnium in easdem veritates, qui
consensus dicitur unitatis materialis; et adhaesionem omnium eidem principio
consensum determinanti, quod est magisterium ecclesiasticum, et haec adhaesio
vocatur unitatis formalis. Quare unitas fidei non tantum importat factum
consensus, sed etiam jus, seu principium a quo illud factum perpetuo producitur
et conservatur". (P. Mannens, Teologiae Dogmaticas Institutiones, Tomus I,
1920, p. 356)
"1)
Unitas fidei postulat, ut idem doceatur atque idem credatur, ut igitur a)
omnibus temporibus ibisque terrarum eadem doctrina a magisterio authentico
proponatur, et b) omnia membra Ecclesiae hanc fidem externe profiteantur. Non
autem requiriur fides explicita in omnes et singulas veritates revelatas; neque
excluduntur controversiae theologicae de rebus nondum definitive propositis,
dum modo omnes parati sint ad eas veritates admittendas, quae a magisterio
authentico ut tenendae proponuntur. Ergo requiritur et sufficit, ut omnes
sequantur eandem regulam fidei". (P. Ioseph Mors, De Ecclesia Christi,
tomus II, 1955, pp. 218-219)
[2] "Obi. 1. In
ecclesia romano-catholica decursu temporis gravissimae erant controversiae
circa ipsas veritates revelatas, v. g. sacramenta, infallibilitatem papae,
immaculatam conceptionem. Ergo nulla unitatas fidei.
Resp. D. ant. Ante definitivam per magisterium ecclesiasticum propositionem,
tr. ant.; postea, n. ant." (P. Ioseph Mors, De Ecclesia
Christi, tomus II, 1955, p. 252)
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