Santo Agostinho nos explica para que servem as palavras na
oração
"...não pensemos que são necessárias para informar o
Senhor ou forçar a sua vontade"
Na
oração, as palavras servem para nos estimular e nos fazer compreender melhor o
que pedimos; não pensemos que são necessárias para informar o Senhor ou forçar
a sua vontade. Quando dizemos: «Santificado
seja o vosso nome»,
estimulamo-nos a desejar que o nome de Deus, que é sempre santo em Si mesmo,
seja também honrado como santo entre os homens, e nunca desprezado; e isto não
é para benefício de Deus, mas dos homens.
Quando
dizemos: «Venha a nós o vosso
reino» – que há-de vir
certamente, quer queiramos, quer não –, excitamos a nossa aspiração por aquele
reino, para que ele de facto venha a nós e mereçamos reinar nele. Quando
dizemos: «Seja feita a vossa
vontade, assim na terra como no céu»,
pedimos ao Senhor que nos dê a virtude para que se cumpra em nós a sua vontade,
como os anjos a cumprem no Céu.
Quando
dizemos: «Perdoai as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido», tomamos consciência do que pedimos, e
do que devemos fazer para merecermos receber o perdão. Quando dizemos: «Livrai-nos do mal», recordamos que ainda não estamos
naquele sumo bem onde já não é possível sofrer qualquer mal. E estas últimas
palavras da oração dominical têm um significado tão amplo, que o cristão, seja
qual for a tribulação em que se encontre, pode com elas exprimir os seus
gemidos ou lamentações, dar início, continuar ou terminar a sua oração.
Tínhamos
necessidades destas palavras para gravar na memória todas estas realidades.
Quaisquer outras palavras que possamos usar na oração nada mais dizem para além
do que se encontra já na oração do Senhor, se de facto oramos como convém.
(Santo Agostinho, Carta 130, a Proba, sobre a oração, 11-12).
https://pt.aleteia.org/2017/04/17/santo-agostinho-nos-explica-para-que-servem-as-palavras-na-oracao/
Nenhum comentário:
Postar um comentário