COMEMORAÇÃO
DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS
Irmãos e irmãs, neste dia, a Igreja reza em sufrágio de todos os fiéis
defuntos. Vivemos feridos pela morte. Ela nos entristece e frustra nossas
expectativas. Mas, como cristãos, não nos iludimos e sabemos que não fomos
criados para ela, mas para vida. Por isso, Deus enviou seu Filho, que afirmou:
“Eu sou a Ressurreição e a Vida”. Ele morreu de nossa morte para que não
morrêssemos sozinhos e para que, morrendo como ele, também ressuscitássemos com
Ele. Portanto, para nós, a morte não tem mais a última palavra, pois Cristo nos
liberta dela e nos dá a vida para sempre. Neste dia de oração pelos que
faleceram, lembremos de nossos parentes e amigos, mas também daqueles que não
têm quem reze por eles.
ORAÇÃO (Mr, p.693)
P. Oremos: (silêncio) Ó Deus, escutai com bondade as
nossas preces e aumentai a nossa fé no Cristo res- suscitado, para que seja
mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por
nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. T. Amém.
LITURGIA
DA PALAVRA
Anim. Ouçamos a Palavra de Deus, que
ilumina nossa vida presente e nos dá a firme certeza da ressurreição.
PRIMEIRA
LEITURA (Jó
19,1.23-27a | Lec. Dom.
p.1200)
Leitura do Livro de Jó.
Jó tomou a palavra e disse:
23Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição 24com
ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre. Eu sei, o meu
vingador está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; 26e depois que
tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. 27Eu mesmo o
verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros. –
Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.
SALMO
27(26) (Lecionário
Dominical p.1211)
Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes!
1. O Senhor é minha luz e
salvação; * de quem eu terei medo? / O Senhor é a proteção da minha vida: * pe-
rante quem eu tremerei? 2
2. Ao Senhor eu peço apenas uma
coisa, * e é só isto que eu desejo: / habitar no santuário do Senhor * por toda
a minha vida;
3. Ó Senhor, ouvi a voz do meu
apelo, + atendei por compaixão! * É vossa face que eu procuro. / Não afasteis
com ira o vosso servo, * sois vós o meu auxilio! 4. Sei que a bondade do Senhor
eu hei de ver * na terra dos viventes. / Espera no Senhor e tem coragem, *
espera no Senhor!
SEGUNDA
LEITURA (1Cor 15, 20-24a.25-28 | Lec. Dom. p.1233)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo
aos Coríntios.
Irmãos: 20Cristo ressuscitou dos
mortos como primícias dos que morreram. 21Com efeito, por um homem veio a morte
e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 22Como em Adão todos
morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23Porém, cada qual segundo uma
ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que
pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24aA seguir, será o fim, quando
ele entregar a realeza a Deus-Pai. 25Pois é preciso que ele reine até que todos
os seus inimigos estejam debaixo dos seus pés. 26O último inimigo a ser
destruído será a morte. 27Com efeito, "Deus pôs tudo debaixo dos seus
pés". Mas quando ele disser: "Tudo está submetido", é claro que
estará excluído dessa submissão aquele que submeteu tudo a Cristo, 28E, quando
todas as coisas estiverem submetidas a ele, então o próprio Filho se submeterá
àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos.
- Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.
ACLAMAÇÃO (Jo 6,39)
Aleluia, aleluia, aleluia.
É esta a vontade de quem me
enviou: / que eu não perca nenhum dos que ele me deu, / mas que eu os
ressuscite no último dia.
EVANGELHO
(Jo 11, 17-27 | Lecionário
Dominical, p.1250)
P. O Senhor esteja convosco. T.
Ele está no meio de nós.
P. Proclamação do Evangelho de
Jesus Cristo segundo João.
T. Glória a vós, Senhor.
P. 17Quando Jesus chegou, a Betânia,
encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. 18Betânia ficava a uns três
quilômetros de Jerusalém. 19Muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e
Maria para as consolar por causa do irmão. 20Quando Marta soube que Jesus
tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21Então
Marta disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não
teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele to
concederá". 23Respondeu-lhe Jesus: "Teu irmão ressuscitará".
24 Disse Marta: "Eu sei que ele ressuscitara na ressurreição, no último
dia". 25Então Jesus disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem
crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26 E todo aquele que vive e crê em mim,
não morrerá jamais. 27Crês isto?" Respondeu ela: "Sim, Senhor, eu
creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao
mundo".
- Palavra da Salvação. T. Glória a vós, Senhor
REFLEXÃO
PARA O Dia de Finados – C
“Deus, que ressuscitou Jesus dentre os
mortos, também dará vida aos nossos corpos mortais, pelo seu Espírito que
habita em nós”(Rm 8,11)
Meus queridos Irmãos,
Celebramos hoje a doce esperança dos
cristãos. O “último
inimigo é a morte”(Cf. 1Cor 15,26), e a vitória sobre a morte é o
critério da esperança de todos os batizados. A morte, do ponto de vista
meramente humano, é considerada, de maneira espontânea, como um ponto final,
tudo, portanto acabou. Entretanto, para os que crêem em Cristo Ressuscitado, a
resposta é totalmente ao contrário: “A
vida não é tirada, mas transformada”, conforme anuncia o
prefácio da Missa de hoje. Certeza dos cristãos anunciada e baseada na fé
na RESSURREIÇÃO de Jesus Cristo, o Salvador. Se Jesus ressuscitou, também para
nós a morte não pode ser o ponto final, mas o início de uma nova jornada, a
vida em Deus. Somos unidos com Jesus na vida e somos unidos com Jesus na morte,
conforme anuncia o Evangelho. Jesus é a Ressurreição e a Vida: unir-se a Ele
significa não morrer, não parar de existir diante de Deus, embora o corpo morra
e se decomponha, voltando a ser pó.
Amados e Amadas em Jesus,
O
Mistério de Deus é colocado para a nossa reflexão neste dia em que a morte vem
ao nosso encontro, como reflexão. Já na Antiga Lei, o autor de Sabedoria
observa que as aparências enganam: a justiça dos justos não é um absurdo diante
da morte. Pelo contrário, é o começo do “estar
na mão de Deus”, que não tem nunca fim,
conforme a primeira leitura. Paulo, por conseguinte, descreve a existência
cristã como estar já unido com Cristo na Ressurreição, o que é simbolizado pelo
batismo, conforme nos ensina a segunda Leitura.
Irmãos e
Irmãs,
A
comemoração dos fiéis defuntos está muito bem colocada junto à festa de todos
os Santos. As duas estão ligadas intimamente pela fé e pela esperança no
destino eterno da criatura humana, redimida por Jesus Cristo. Os santos lembram
a meta alcançada, onde não precisam mais da fé e da esperança, porque tudo é
amor, conforme anuncia São Paulo em Coríntios 13,8.
Hoje é a
festa da esperança cristã. Não queiramos ficar tristes. Vamos ficar alegres
porque não celebramos a morte, mas a vida eterna, aqueles que já estão juntos
de Deus, nos precedendo no diálogo mais íntimo com o Redentor.
Relembremos
hoje a Vigília Pascal quando, de velas acessas, simbolizando o próprio Cristo
em nosso meio, entoamos o “Exultet”:
“A luz do
Rei eterno venceu as trevas do mundo… Cristo libertou-nos da escuridão do
pecado e da corrupção do mundo e nos consagrou ao amor do Pai e nos uniu na
comunhão dos santos!” E, com estas mesmas velas pascais em punho,
renovemos as nossas promessas batismais, isto é, o nosso grande compromisso de
caminhar para a santidade nos preparando para a festa do encontro definitivo, que
nós não sabemos nem o dia e muito menos a hora. Nos preparemos para este grande
encontro sem medo de mudança de vida e de radical conversão.
Meus caros
irmãos,
A Luz que acendemos nos velórios para homenagear nossos mortos é a mesma
luz de nosso batismo e que relembramos em toda a Vigília Pascal. É o Cristo que
caminha na vida e na história nos velando e nos abençoando. Cristo, luz do
mundo e salvação dos homens e das mulheres, arrancou-nos das trevas do erro e
da condenação, revestiu-nos da gloriosa condição de filhos de Deus, e nos
conduz para a luz eterna, onde “já não haverá noite nem necessidade de velas nem mesmo da luz do sol,
porque o Senhor Deus nos iluminará e reinaremos pelos séculos dos séculos”(Cf.
Ap 22,5).
A morte é
um caminho que todos nós teremos que percorrer hoje, amanhã ou algum dia. É uma
verdade que ninguém poderá escapar dela. O destino é certo: Cristo conseguiu a
vitória sobre a morte e levou a criatura a participar da vida incorruptível e
eterna de Deus. Deus que nos dá a vida nos oferece, por conseguinte a morte,
nos acolhendo de braços abertos, pelos méritos de nossa caminhada, na comunhão
perfeita com ele, a chamada comunhão dos santos.
Tudo
pertence a Deus: a vida e a morte, os bens que recebemos e que tivemos a
possibilidade de frutificá-los neste mundo. Assim quando chegar o tempo da
morte nós somos convidados a exclamar: “Nas tuas mãos, Senhor, me
entrego!”(Cf. Lc 23,46). Assim a morte é a ponte entre a bela vida terrena
e passageira para a belíssima vida celeste, divina e eterna.
A
Comemoração dos fiéis defuntos é toda PASCAL: Paixão, Morte e Ressurreição de
Jesus Cristo. Assim hoje enfeitamos as sepulturas de nossos entes queridos.
Cristo ressuscitou no escuro de uma madrugada, transformando as trevas da morte
em luz sem fim, por isso se entoa hoje, ontem e sempre o ALELUIA, RESSUSCITOU
VERDADEIRAMENTE O SENHOR JESUS!
Prezados
irmãos,
Neste dia
em que lembramos daqueles que já partiram para o Pai, a comemoração de Todos os
Fiéis Defuntos nos coloca diretamente dentro do mistério pascal: “Nele brilhou
para nós a esperança da feliz ressurreição. Para os que crêem em Cristo a vida
não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado,
nos céus, um corpo imperecível”. Isso porque, “um por todos, ele aceitou morrer
na cruz para nos livrar a todos da morte. Entregou de boa vontade a sua vida,
para que pudéssemos viver eternamente”. “Salvos pela morte de vosso Filho, ao
vosso chamado, despertaremos para a ressurreição”.
Caros
irmãos,
Senhor,
quero hoje rezar pedindo à Santíssima Trindade por aqueles que desapareceram no
mistério da morte. Dá o descanso àqueles que expiam, luz aos que esperam, paz
aos que anseiam pelo teu infinito amor. Descansem em paz: na paz do porto
seguro, na paz da meta alcançada, na tua paz, Senhor. Vivam no teu amor aqueles
que amaste, aqueles que me amaram. Não esqueças o bem que me fizeram, o bem que
fizeram a outros. Esquece tudo o mal que praticaram, risca-o do teu livro. Aos
que passaram pela dor, àqueles que parecem ter sido imolados por um iníquo
destino, revela, com o teu rosto, os segredos da tua justiça, os mistérios do
teu amor. Concede-me aquela vida interior que permite comunicar com o mundo
invisível em que se encontram os nossos defuntos: esse mundo fora do tempo e do
espaço, esse mundo que não é lugar, mas estado, e mundo que não está longe de
mim, mas à minha volta, esse mundo que não é de mortos, mas de vivos. Ámen.
Meus
amigos,
A Igreja
militante está aqui hoje contemplando a Igreja triunfante do céu e a Igreja
padecente. Os santos acabados do céu, ou seja, a Igreja triunfante – e os
santos em fase de acabamento, ou seja, as almas do purgatório – são solidários
com os que ainda estamos a caminho da santidade, a Igreja militante aqui da
terra, deste vale de lágrimas. Esta é a comunhão de todos os santos que
celebraremos no próximo domingo e que já celebramos hoje. Temos presentes os
que nos precederam, não nos fixando na sua imperfeição, mas no destino glorioso
que lhes foi designado por Deus. Assim recordamos os nossos pais, que nos deram
a vida e a fé cristã; os nossos irmãos e amigos que lembramos com a grata
saudade, por tudo o que bem fizeram pela nossa Igreja e pela nossa sociedade. E
pensamos também em todos aqueles que estão ainda a caminho, os que estão
lutando lado a lado pela santidade de vida e por um mundo melhor.
Vivamos,
pois, neste dia a intensidade do mistério pascal de Cristo, que pelo seu Corpo
místico, manifestado na Igreja peregrina, na Igreja padecente e na Igreja
triunfante nos chama hoje para a conversão e para a santidade. Que nossos fiéis
defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz! Amém!
Homilia
por: Pe. Wagner Augusto Portugal.
https://catequizar.com.br/liturgia/dia-de-finados-c/
ORAÇÃO DOS FIÉIS
P.
A Cristo que ressuscitou dos mortos e nos deu a firme esperança da salvação,
imploremos pelos nossos irmãos e irmãs falecidos.
Rezemos: T. Descanso
eterno dai-lhes, Senhor
1.
Aos que passaram por grandes provações:
2.
Aos que serviram a Igreja com seus dons e carismas:
3.
Aos que se entregaram ao serviço discreto do Amor:
4.
Aos que tiveram a graça da consagração religiosa:
5.
Aos que foram ministros e dispensadores dos sacramentos:
6.
Aos que nos ajudaram a construir esta comunidade:
7.
Aos que foram vítimas da violência:
8.
Aos nossos familiares, amigos e benfeitores:
9.
Aos que morreram após longa enfermidade. (Outras intenções da comunidade)
P.
Tudo isso, vos pedimos, ó Pai, por Cristo nosso Senhor. T. Amém
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