REFLEXÃO DOMINICAL I
A
VIÚVA E O JUIZ INÍQUO
- A Palavra que a
liturgia de hoje nos apresenta convida-nos a manter com Deus uma relação
estreita, uma comunhão íntima, um diálogo insistente: só dessa forma será
possível aceitar os projetos de Deus, compreender os seus silêncios, respeitar
os seus ritmos, acreditar no seu amor.
- Lucas, ao longo de
seu Evangelho, dá destaque especial
a três temas: a revelação da misericórdia de Deus, a denúncia da divisão da
sociedade em ricos e pobres e a importância da oração. Em relação a este último
tema, várias vezes ele narra momentos de oração de Jesus, bem como o convite
aos discípulos para orarem, e apresenta duas singelas parábolas que revelam a
importância da oração (Lc 11, 1-13). Na parábola de hoje os personagens são uma
viúva e um juiz iníquo. A viúva, que é a expressão dos excluídos da sociedade,
representa o povo oprimido. O juiz é a expressão daqueles que oprimem e
excluem. A insistência e a perseverança da viúva vencem a indiferença e a
omissão do juiz injusto. Se com o pedido insistente da viúva o juiz muda sua
posição omissa, com maior razão Deus fará justiça aos seus, que a ele clamam
dia e noite. Deus não está ausente nem fica insensível diante do sofrimento do
seu povo. Devemos descobrir que Deus nos ama e que tem um projeto de salvação
para todos os homens; e essa descoberta só se pode fazer através da oração, de
um diálogo contínuo e perseverante com Deus. O clamor da viúva é o clamor dos
oprimidos. É o clamor que também exprime o desejo de uma nova sociedade,
fundada nos valores da dignidade, fraternidade e partilha. Os discípulos de
Jesus, reunidos em comunidades, hoje, são chamados a viver a fé com
perseverança, rompendo com os falsos valores da sociedade injusta. Essa
parábola nos faz lembrar tantas pessoas que vivem situações de desemprego,
doenças, acidentes, decepções, injustiças, e mesmo assim continuam lutando e
rezando sem perder a esperança.
- Na primeira leitura entendemos que Deus
intervém no mundo e salva o seu povo servindo-se, muitas vezes, da ação do
homem; mas, para que o homem possa ganhar as duras batalhas da existência, ele
tem que contar com a ajuda e a força de Deus. Ora, essa ajuda e essa força
brotam da oração, do diálogo com Deus.
- Na segunda leitura Paulo apresenta outra
fonte privilegiada de encontro entre Deus e o homem: a Sagrada Escritura. Sendo
a Palavra com que Deus indica aos homens o caminho da vida plena, ela deve
assumir um lugar importante na nossa vida e experiência cristã. - Irmãos e
irmãs, Deus tem projetos e planos que nós, na nossa ânsia e impaciência, não
conseguimos perceber. Deus tem o seu ritmo que passa por não forçar as coisas,
mas por respeitar a liberdade de todos nós, homens e mulheres. Resta-nos
respeitar a lógica de Deus, confiar nele, entregarmo-nos em suas mãos.
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/08/16_10_22.pdf
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