ALERTA DA CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) já se posicionou em nota na qual reprova a atitude dos candidatos de
vincular o voto à religião. No texto divulgado na terça-feira passada, na
véspera das festividades de Nossa Senhora, a entidade afirmou que a união da fé
com política "desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais
problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no País".
No dia seguinte -
Feriado da Padroeira -, os episódios de tensão política entre católicos
passaram a ser registrados. Bolsonaro esteve no Santuário Nacional em
Aparecida, o que levou apoiadores ao local. Bolsonaristas vaiaram a homilia do
arcebispo d. Orlando Brandes, discutiram com padres, perseguiram pessoas
vestidas de vermelho e hostilizaram profissionais de imprensa.
"O que aconteceu
em Aparecida foi muito chocante porque é uma profanação do espaço sagrado, que
é quase intocável, em que não se pode brincar", afirmou o cientista social
Leon Souza, que monitora redes católicas na organização Casa Galileia.
"Isso nunca aconteceu em Aparecida, e não me lembro de ter acontecido em
outro evento religioso. Mostra que a violência vai avançando, inclusive em um
espaço sagrado, em torno da fé."
Nas redes sociais,
neste segundo turno, foram 3 milhões de interações - curtidas,
compartilhamentos e comentários -, em 13 mil publicações sobre episódios que
envolveram a fé católica e a política brasileira no Facebook e Instagram,
segundo dados do CrowdTangle. O pico foi registrado justamente no dia 12 de
outubro, quando ocorreram 731 mil interações.
EMBATES. Durante uma missa em Fazenda Rio Grande
(PR), também no dia 12 de outubro, um padre foi interrompido durante a homilia.
Uma fiel pergunta se ele é a favor do aborto, da ideologia de gênero e se
estaria pedindo votos para Lula.
"Cansei de abrir
espaço para católicos superpolitizados, irados e insatisfeitos com nossa
Igreja. Estou me retirando até o dia 31 (de outubro)", escreveu Padre
Zezinho, na redes sociais. "Já escolheram ser catequizados por dois
poderosos políticos brasileiros", afirmou. "Querem um Brasil
direitista ou esquerdista."
Para quase 60% da
população, a religião é importante na hora do voto, de acordo com pesquisa
Datafolha, divulgada na sexta-feira passada. Segundo levantamento do Ipec
divulgada ontem, Lula soma 56% das intenções de voto ante 38% do chefe do
Executivo. A vantagem do atual presidente entre evangélicos é de 28 pontos
porcentuais (60% a 32%).
Integrantes da campanha
de Lula e apoiadores disseram acreditar que precisam levar ao horário eleitoral
na TV e no rádio lacunas que ficaram abertas no debate de anteontem,(16/10)
realizado em pool por Band, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo. Entre os temas
que exigem mais explicações ao eleitor estão a corrupção e a religião, por
exemplo.
A religiosidade dos
católicos, no entanto, é mais flexível, disse Rodrigo Toniol, professor de
Antropologia e coordenador do grupo de pesquisa Passagens, na Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Católicos se alinham com os princípios
cristãos e práticas que acreditam na Igreja. Já evangélicos têm de praticar de
maneira ortodoxa, indo a cultos, se envolvem na comunidade e acabam sendo mais
suscetíveis a opiniões políticas de grupo", disse. (Colaboraram André
Borges, Daniel Vila Nova, Eduardo Gayer, Marcela Villar, Luiz Vassallo e Samuel
Lima)
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Padre
critica Lula severamente e diz que não se importa se for assassinado por fazer
isso
O
padre Léo, falecido em 2007, afirmou, em cadeia nacional de TV, que, se fosse
para ser católico como o então presidente Lula, seria melhor para o quinto dos
infernos. Além disso, o sacerdote afirmou não ter medo de ser assassinado por
dizer isso. O vídeo atingiu, desde então, milhões de pessoas.
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