REFLEXÃO DOMINICAL III
A
FÉ
- O tema da liturgia
de hoje é a fé. O que vem em nossa mente quando falamos a palavra fé? Em
primeiro lugar deve nos reportar à uma pessoa: Jesus Cristo. A fé é dom de Deus
e consiste em uma entrega confiante.
- Na primeira leitura
Habacuc está desolado diante de tantas injustiças que vê no meio do povo de
Israel, são elas: violências, iniquidades e discórdias. Elas testam a fé do
povo escolhido. O texto nos apresenta a queixa do profeta que grita a sua
impaciência e a do seu povo, questionando a atitude de Deus frente aos pecados.
O profeta, bem como muitos de nós, questiona o Senhor e fica à espera de uma
resposta. Respondendo ao clamor do profeta, Deus dá uma palavra de esperança e
vitória sobre o mal. Ele não fica indiferente diante do pecado que desfigura o
mundo, porém, Deus encontrará o momento ideal para intervir, para derrubar o
imperialismo, o orgulho, a injustiça e a opressão. Ao homem, resta esperar com
fé e paciência o tempo da ação de Deus.
- Permanecer firme no
ensinamento que recebeu, é apresentado na segunda leitura, onde Paulo exorta
Timóteo. A comunidade, tendo escolhido a opção de doar a vida a Deus e aos
irmãos, necessita a cada dia, reafirmar, aprofundar e confirmar essa decisão
fundamental. As desilusões, os fracassos, a monotonia e a fragilidade humana,
por vezes, abalam o entusiasmo original, por isso, é necessário a cada
instante, redescobrir o sentido das opções fundamentais que um dia fizemos como
discípulos. O convite a permanecer firmes nos recorda que em uma sociedade
marcada pela injustiça, por crimes, pecados e maldades, se faz necessária a
coerência cristã. O animador de comunidade deve permanecer na verdade do
Evangelho de Jesus, fielmente transmitido pelo testemunho apostólico.
- O pedido do
Evangelho, ressoa em nossos lábios: "Senhor, aumenta a nossa fé",
esse clamor dos discípulos surge, pois sabem das exigências do Reino. Aqui, a
fé não é, primordialmente, a adesão a dogmas ou a um conjunto de verdades
abstratas sobre Deus; mas é a adesão a Jesus, à sua proposta, ao seu projeto. A
imagem da amoreira arrancada e transplantada ao mar nos fala que a força da fé
está na confiança que se põe em Deus, não em seu tamanho ou erudição. A fé é
ato de confiança total. Não temos fé para que esta nos coloque num lugar
seguro, para que nos proteja numa redoma de vidro, mas para nos deixar levar e
conduzir por Deus. Cremos para caminhar.
- A fé é dom de Deus. Para alguns, fé é falta
de esclarecimento, de lucidez ou é passividade, estes não compreenderam a sua
real dimensão: fé não é cegueira, mas visão lúcida; não é fuga, mas
aproximação; não é passividade, mas confiança. A fé nos permite contemplar a
realidade com os olhos de Jesus Cristo e nos ilumina no peregrinar por este
mundo. Esta mesma fé ajuda a compreender que somos pobres servos. A afirmação
"fizemos o que devíamos fazer" nos afasta da arrogância, prepotência
e de qualquer autojustificação farisaica. A fé nos chama a ir sempre além de
nós mesmos , ao encontro de Deus e do próximo.
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/08/02_10_22.pdf
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